
Aluá, Limões Doces e Cana-de-Açúcar
J. B. Debret, 1826
Acervo Museu Castro Maya
Debret destacou-se pela forma alegre de inserir o negro na sociedade brasileira, em especial na cidade do Rio de Janeiro, sendo o grande responsável por construir o imaginário do cotidiano brasileiro, herdado do colonialismo português.
Nesta aquarela temos uma profusão de cores ao destacar as vestimentas das mulheres de ganho em suas atividades de comércio ambulante; cores que reforçam as expressões serenas e alegres, capazes de produzir dubiedade sobre as condições econômicas e sociais das mesmas. O fundo da tela retrata o centro da cidade do Rio de Janeiro, com pessoas nas portas das casas, uma carruagem a passar e o morro edificado ao fundo.
Aqui o autor usa cores suaves, negando-lhe um destaque maior, esvaziando sua importância, justamente para enfatizar e produzir destaque ao grupo em atividade cotidiana.
É preciso declinar o olhar e atenção ao título: Aluá é uma bebida refrescante, fermentada, consagrada como estimulante natural.
Esta é uma receita do Brasil Colônia que resgatei para publicar porque acho que combina muito com Festa Junina (ou Julhina).
ALUÁ (alcoólico)
Ingredientes
1 abacaxi médio
2 litros de água
Açúcar mascavado (opcional)
Cravinho a gosto
1 colher de chá de gengibre ralado (opcional).
Modo de preparo
Cortam-se fatias grossas da casca de um abacaxi (ananás).
Colocam-se as cascas em uma panela e cobre-se com água. Deixa-se fermentar durante pelo menos um dia (quanto mais tempo as cascas ficarem a fermentar, mais alcoólica ficará a bebida).
Coa-se a bebida e adicionam-se os restantes ingredientes.
Serve-se frio.