Quem sou eu
- Maria Carmem
- Ao chegar em uma casa é maravilhoso ser recebida, em uma linda sala, bem decorada, arrumada....Sentar em um confortável sofá....Mas, quando sou chamada para ir a cozinha, conversar ajudando na preparação de algo que iremos degustar juntos ....é que me sinto realmente bem-vinda, integrada e a vontade. Aonde durante o preparo das refeições e ao redor da mesa todos relaxam, riem, choram, trocam idéias, soltam a criatividade, tomam decisões, fazem acordos.... Sou uma Chef de Cozinha descendente de italianos, portanto só poderia achar a cozinha o melhor lugar do mundo para falar. Associo a Gastronomia Funcional com minha origem mediterrânea cheia de aromas, ervas aromáticas, cores e sabores frescos .... Estas duas faces de mim, resulta em uma outra culinária saudável, muito saborosa, perfumada, sem regras inflexíveis. Aonde faço da minha cozinha uma fonte de saúde e prazeres... Este blog é isto, um convite para você entrar e conversarmos a respeito de técnicas de gastronomia, cozinha na saúde, alimentação com prazer, bem-estar, idéias, vida, sentimentos e o que mais aparecer ... Entre e fique a vontade.
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Pimenta faz mal?
A pimenta é uma contradição em forma de fruta (sim, ela é fruta): arde, mas ao mesmo tempo alivia dores. Cientistas da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, levaram a pequena incendiária da cozinha para o laboratório e comprovaram sua dupla faceta. Eles isolaram a capsaicina e a associaram a um derivado de lidocaína, um anestésico local usado para operações dentárias e para apagar inflamações. O preparado conseguiu silenciar os neurônios sensíveis à dor. “A capsaicina bloqueia apenas a condução do impulso dolorido. Já os analgésicos tradicionais barram os estímulos de todos os neurônios sensoriais, afetando sentidos como o tato”, explica a farmacêutica Isabela Guerreiro, do Rio de Janeiro.
Além de mitigar dores, a ardência do tempero acelera os batimentos cardíacos, aumenta a produção de suor e de saliva. Em suma, faz o corpo queimar mais energia, sobretudo aquela armazenada na forma de gordura. Esse mérito não cabe somente à capsaicina, mas também à dihidrocapsaicina, que, diga-se, é menos ardida do que sua prima. Prova disso veio da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, também nos Estados Unidos. Ali, um grupo de pesquisadores analisou 33 homens e mulheres obesos: parte deles recebeu placebo e outra parte uma dose de dihidrocapsaicina. Os resultados mostraram que a substância ajudou a torrar entre 100 e 200 calorias extras por dia.
A pimenta também possui propriedades vasodilatadoras, ou seja, ela aumenta o calibre de nossos vasos. Esse efeito dá aquela mãozinha para a circulação sanguínea, melhorando a irrigação inclusive dos órgãos genitais — daí sua fama de afrodisíaca. “Além disso, ela contém poucas calorias e é fonte de vitaminas A, C e do complexo B”, lembra a nutricionista Camila Leonel Mendes de Abreu, da equipe de nutrição do Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescente da Universidade Federal de São Paulo.
A vitamina A é famosa por preservar a saúde dos olhos. Já a C, um dos antioxidantes mais badalados, entra na produção de anticorpos. Finalmente, o time do complexo B, que inclui substâncias que evitam a malformação fetal. Para tirar proveito de todos esses benefícios, a sugestão é apostar nas pimentas vermelhas. “Elas possuem maior valor nutricional do que as verdes”, diz Camila.
O único senão para o consumo do condimento vai para as pessoas que sofrem de gastrite. Para esses indivíduos, o conselho é evitar exageros, porque as pimentas financiam a produção de ácido clorídrico, o que pode incendiar ainda mais o cenário estomacal. E, para aqueles que não deixam uma pimentinha de lado, um recado: a capsaicina não é solúvel em água, somente em óleo. Então pouco adianta entornar copos e mais copos do líquido para aplacar a queimação. Nessas horas, prefira alimentos com pitadas de gordura na composição, como um gole de leite, para obter algum alívio.
Um trabalho da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, mostra que, ao sinal de ferimento, o corpo libera uma substância semelhante à capsaicina, a responsável pela ardência de pimentas como a malagueta.
Um histórico ardido
Há mais de 2 500 anos as pimentas servem à medicina e à culinária. Até a Idade Média, elas eram usadas como condimento para conservar e realçar sabores — ou esconder o azedo da comida estragada. Por séculos, a pimenta-do-reino foi a única conhecida dos povos da Europa, que a traziam da Índia. Apenas em sua segunda viagem à atual América Latina, no século 15, Cristóvão Colombo (1451-1506) encontrou outro tempero picante: as pimentas do gênero Capsicum, que incluem a malagueta e a habanero. Ele levou a descoberta para a Espanha e em cerca de 50 anos sua ardência se espalhou pelo mundo.
Um quê de realeza
A pimenta-do-reino vem da parreira Piper nigrum, originária da Índia. Nos tempos das grandes navegações do século 15, portugueses e espanhóis saíram de seu país em busca de temperos como ela, que era uma das especiarias mais valorizadas à época. “Essa pimenta foi muito usada pelo reino de Portugal, daí o seu nome”, conta a nutricionista Elenise Corbari, do Rio Grande do Sul. Hoje seus principais produtores são Índia, Brasil, Indonésia e Malásia. Diz a lenda que ela pode grudar nas paredes do estômago e do intestino, causando inflamação. “Mas não há comprovação científica”, garante Elenise.
Revista Saúde
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